quarta-feira, 30 de abril de 2008
Neon
Procuro moça pra dançar pela vida.
A lua cheia se enche de significado quando se tem um amor. Mero satélite na cabeça dos céticos, responsável direto do sucesso dos pescadores e amantes.
Traga-me demonstrações públicas de carinho ou não me traga nada !!!
Abro as portas, janelas e sentidos. Deixo o ar entrar. Mando flores, escrevo cartas e faço juras. Como e quando se diz “Eu te amo” se hoje o que é santo se tornou brega. Morrerei brega pra não morrer tolo, morrerei velho pois...
De tudo ao meu amor serei atento.
ps: Agredecimentos especiais à Renato Russo e Vinicius de Moraes
terça-feira, 29 de abril de 2008
29
Hoje é 29... faz 30 que eu te vi pela primeira vez. A primeira vontade foi do beijo na boca, mas a velha norma cavalheiresca só permitiu o formal cumprimento.
Já instalados diante da tela te pensei entre os braços, mas não tive pressa... dado o crucial momento, fitei os seus olhos e me despi dos poucos medos.
Do beijo fez-se a poesia.
No seu sorriso vislumbro mundos.
Não tenha medo das tormentas... pois me faço hoje fortaleza. Pode caçoar dos velhos fantasmas, pois eles tem medo do que é novo e lindo . Certa confusão vem de hábitos pré-históricos, normas cultas e preciosismos. Quero amar o coloquial, as licenças poéticas o tempo presente. A pouco comi o que restava de um certo chocolate meio amargo, mas pra minha certeza ... dele veio a doçura de dias tidos.
terça-feira, 22 de abril de 2008
riscado por arranhões, serradelas, entalhes, esfoladuras.”
Ítalo Calvino, As cidades e a memória 3, As cidades invisíveis.
sábado, 19 de abril de 2008

Sábado de manhã. O trânsito pesado atípico nesses dias cria certo estranhamento, mas afinal é começo de feriado e a cidade se torna livre. Judeus ortodoxos, amantes e mendigos hoje não terão pressa. No céu um tom ouro desponta, prenuncio de Bom Dia... pombas atravessam a Sumaré em evolução, seis e quarenta aponta o relógio. A algumas horas confessamos segredos, mostramos defeitos e virtudes. Velei o seu sono e me refresquei com sua respiração. A silhueta do seu rosto, as formas do seu corpo, as mãos fazem a vez dos olhos. Não digo que morreria hoje, pois hoje não é quarta-feira de cinzas... É penas o começo de Bons Dias e João Gilberto veio me trazer o café.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Mas essa tríade só vale a pena entre a minha e a sua casa. A solidão só me cai bem nesse percurso.
domingo, 6 de abril de 2008
Hello
I've waited here for you
Everlong
Tonight
I throw myself into
And out of the red, out of her head she sang
Come down
And waste away with me
Down with me
Slow how
You wanted it to be
I'm over my head, out of her head she sang
And I wonder
When I sing along with you
If everything could ever feel this real forever
If anything could ever be this good again
The only thing I'll ever ask of you
You've got to promise not to stop when
I say when She sang
Breathe out
So I could breathe you in
Hold you in
And now
I know you've always been
Out of your head, out of my head I sang
And I wonder
When I sing along with you
If everything could ever feel this real forever
If anything could ever be this good again
The only thing I'll ever ask of you
You've got to promise not to stop when I say when
She sang
And I wonder
If everything could ever feel this real forever
If anything could ever be this good again
The only thing I'll ever ask of you
You've got to promise not to stop when I say when
She sang
terça-feira, 1 de abril de 2008
Por um curto período fiquei pensando no caso... mais um jovem morto na periferia, oito tiros na cara... pura barbárie. Drogas, mulher ou acaso .... hora errada, lugar errado.
Lembrei do enterro da avó de uma amiga, no cemitério da Vila Alpina. No velório aquele climão pesado, em lugar pesado e super povoado de mortos e vivos. Pêsames, choros baixos e altos. Me distanciei dos amigos e familiares e pude notar do outro lado da alameda de velórios um caixão solitário, lacrado e solitário. Ao lado do esquife estava uma adolescente com um bebê no colo, um rapaz de boné e um bêbado que perambulava pelo espaço. Passaram-se algumas horas e uma pequena multidão prestava a sua última reverencia ao cadáver da citada senhora de 75 anos, que agora em companhia de amigos, filhos e netos... esperava o sepultamento. Enquanto isso continuava a olhar para dentro da sala vazia em frente. Vazia de pessoas, choros e histórias. Quem era aquela pessoa sem amigos, filhos e netos.
Cinco minutos depois aquele caixão pobre e lacrado deixa a sala. Funcionários do cemitério ajudam o único acompanhante homem a carregar aquele caixão desprovido de dignidade para a ala do cemitério de covas rasas, cruzes rosas e números. Acompanho com o olhar o cortejo ridículo que some nos morros dessa cidade de mortos.
O pastor orou e os filhos fecharam o caixão. O cortejo imenso seguiu, as pessoas em voz baixa comentavam do legado da falecida, da bondade e das virtudes.
As coroas de flores sobre o jazigo agora repousam; aquele cheiro de flor e vela me da náuseas. Todos seguem abraçados para suas vidas. Eu não resisto e vou ver onde repousa agora o meu ilustre desconhecido. Obviamente não o encontro. Mas percebo que nessa parte da cidade residem meninos de até 20 anos, pobres, sem biografia, sem pastor, sem padre, sem nada. Quantos cachorros andam por aqui... Esgotado vou embora... prefiro a cidade dos vivos.
No ônibus continuo a escutar mais uma cronica policial. De repente uma gargalhada atravessa o corredor.
- Tô zoando!!!! Hoje é dia da mentira.... hahahahahaah
Fala o officeboy para o amigo. Alívio geral.
Era primeiro de Abril e a mentira pairava por entre árvores e pessoas.
segunda-feira, 31 de março de 2008
Das angustias contidas em cada corpo transeunte
De cada sentença de vida e morte
Implícita nos milhares de nascimento diários
Dos milhares de homens e mulheres que dentro de mulheres
Vem ao mundo de formas esperadas e desesperadas
Frutos de planos ou de erros
O que é feito das minhas vontades
Taras e manias, fetiches e caretices
Frio na barriga e expectativas
Novos cheiros e sabores
Rotas e desvios
Sou eu mais velho, de corpo, mas não de espírito
Espírito Santo ou talvez demoníaco
Um híbrido de morte e vida
O que foi feito do espírito
Das casas de porta pra rua, livres de grades e receios
Dos sonhos da infância, cercados de profissões esdrúxulas
Pouco rentáveis, porem românticas
Das tardes mornas, que em dado momento
Quase eterno, trazia granizo, frutos do verão
Da água que corria pela sarjeta, levando o chinelo de dedo
Seguido de um barco de papel desbravando um mar de imaginação
O cheiro, cheiro tenro e morno
Cercado de significados inebriantes
Da água que antes torrencial, só restam poças
Que refletem nossos sonhos
Esqueci um pouco das probalidades, cálculos e estatísticas
O que pensar dos risos e fantasmas, das imaterialidades
Quando do toque transborda as intenções
Como fruto, de acertos e erros
Me lapido de forma constante, indo do bruto ao perfeito
Em fração de segundo posso tocar as estrelas
Escrever declarações de culpa, autenticar farsas
E desmentir vitórias
Mas também posso cozinhar banalidades
Me lambuzar de franquezas e me diluir em suas expectativas
Posso te entreter por horas à fio, te fazer rir e suspirar
Mandar velhas baladas ao violão, te ensinar como não ter medo de fantasmas
Testar suas habilidades secretas, performances da intimidade
E... com toda paciência aprender as coisas de Deus
Dormir ao som de canções de ninar Indie
Acordar com Madonna