segunda-feira, 31 de março de 2008

O que foi feito do tempo
Das angustias contidas em cada corpo transeunte
De cada sentença de vida e morte
Implícita nos milhares de nascimento diários
Dos milhares de homens e mulheres que dentro de mulheres
Vem ao mundo de formas esperadas e desesperadas
Frutos de planos ou de erros
O que é feito das minhas vontades
Taras e manias, fetiches e caretices
Frio na barriga e expectativas
Novos cheiros e sabores
Rotas e desvios
Sou eu mais velho, de corpo, mas não de espírito
Espírito Santo ou talvez demoníaco
Um híbrido de morte e vida
O que foi feito do espírito
Das casas de porta pra rua, livres de grades e receios
Dos sonhos da infância, cercados de profissões esdrúxulas
Pouco rentáveis, porem românticas
Das tardes mornas, que em dado momento
Quase eterno, trazia granizo, frutos do verão
Da água que corria pela sarjeta, levando o chinelo de dedo
Seguido de um barco de papel desbravando um mar de imaginação
O cheiro, cheiro tenro e morno
Cercado de significados inebriantes
Da água que antes torrencial, só restam poças
Que refletem nossos sonhos

Um comentário:

Carolina Rocha disse...

Esse menino é profundo demais, sensível demais e querido demais...não canso de te chamar de fofo, meu novo amigo.
Bjs