segunda-feira, 31 de março de 2008

O que foi feito do tempo
Das angustias contidas em cada corpo transeunte
De cada sentença de vida e morte
Implícita nos milhares de nascimento diários
Dos milhares de homens e mulheres que dentro de mulheres
Vem ao mundo de formas esperadas e desesperadas
Frutos de planos ou de erros
O que é feito das minhas vontades
Taras e manias, fetiches e caretices
Frio na barriga e expectativas
Novos cheiros e sabores
Rotas e desvios
Sou eu mais velho, de corpo, mas não de espírito
Espírito Santo ou talvez demoníaco
Um híbrido de morte e vida
O que foi feito do espírito
Das casas de porta pra rua, livres de grades e receios
Dos sonhos da infância, cercados de profissões esdrúxulas
Pouco rentáveis, porem românticas
Das tardes mornas, que em dado momento
Quase eterno, trazia granizo, frutos do verão
Da água que corria pela sarjeta, levando o chinelo de dedo
Seguido de um barco de papel desbravando um mar de imaginação
O cheiro, cheiro tenro e morno
Cercado de significados inebriantes
Da água que antes torrencial, só restam poças
Que refletem nossos sonhos
Eu acredito nas pessoas, nos sonhos e nas possibilidades
Esqueci um pouco das probalidades, cálculos e estatísticas
O que pensar dos risos e fantasmas, das imaterialidades
Quando do toque transborda as intenções
Como fruto, de acertos e erros
Me lapido de forma constante, indo do bruto ao perfeito
Em fração de segundo posso tocar as estrelas
Escrever declarações de culpa, autenticar farsas
E desmentir vitórias
Mas também posso cozinhar banalidades
Me lambuzar de franquezas e me diluir em suas expectativas
Posso te entreter por horas à fio, te fazer rir e suspirar
Mandar velhas baladas ao violão, te ensinar como não ter medo de fantasmas
Testar suas habilidades secretas, performances da intimidade
E... com toda paciência aprender as coisas de Deus
Dormir ao som de canções de ninar Indie
Acordar com Madonna